terça-feira, 6 de maio de 2014

Anatomia - O Crânio (vista anterior e superior)

O crânio em geral:

Constitui o esqueleto da cabeça e pode ser dividido em viscerocrânio* e neurocrânio.

Glossário:
-Suturas:linha de união entre dois ossos do crânio.
-Protuberância: proeminência óssea em ponta, maior que um tubérculo.
-Tubérculo: um pequeno túber, um pequeno processo globoso.
-Túber: Uma elevação larga, grande, maior que a tuberosidade.
-Tuberosidade: Uma elevação maior e mais larga que um tubérculo.
-Arco: Uma ponte óssea ou uma estrutura arqueada. Arco dental: fileira de dentes em forma de arco, implantada nos maxilares.
-Margem: Borda
-Incisura: Depressão em forma de incisão, corte ou entalhe.
-Ádito: entrada de uma cavidade.
-Processo: Uma projeção ou extensão óssea, geralmente para inserção muscular ou para conexão com outro osso. Processo também significa o progresso ou avanço de uma doença (processo patológico, processo inflamatório).
Ex:
 O processo pterigóideo do osso esfenóide é uma projeção óssea para a origem dos músculos pterigóideo medial e lateral.
O processo frontal do oso nasal é uma projeção ossea que se lança em direção ao osso frontal.
-Crista: aresta linear mais saliente que uma linha
-Linha: Elevação linear menos saliente que uma linha
Canal: Um forame com comprimento. Conduto que possui um orifício de entrada e outro de saida.
-Canalículo: Canal muito pequeno.
-fissura: Uma fenda ou goteira. Falta de fusão (normal ou anormal), linear, entre duas partes de tecido duro ou mole.
-Septo: Lâmina óssea, cartilagínea ou membranosa que divide cavidades ou tecidos.
-Fossa: Uma depressão larga arredondada.
-Fóvea: Uma pequena fossa rasa.

Viscerocrânio: Corresponde à face e nele estão situados os órgãos dos sentidos e o início dos sistemas digestório e respiratório.

É formado por 14 ossos irregulares unidos entre si por articulações fibrosas (suturas), com exceção da mandíbula que é móvel e se liga ao crânio por uma articulação sinovial (de amplos movimentos). Além da mandíbula os demais ossos do viscerocrânio são: duas maxilas, dois zigomáticos, dois palatinos, dois nasais, duas conchas nasais inferiores, dois lacrimais e um vômer. Todos esses ossos se articulam com as maxilas, que vêm a constituir assim a porção mais central e importante do esqueleto facial.


Neurocrânio: é formado por oito ossos planos e irregulares rigidamente unidos entre si por meio de suturas. São eles: dois temporais, dois parietais, um frontal, um occipital, um esfenóide e um etmóide.

Arranjam-se de tal forma a constituir uma grande cavidade- cavidade do crânio – na qual se aloja o encéfalo. 



A parte mais alta do neurocrânio é conhecida como calvária (calota craniana) e pode ser obtida seccionando-se o crânio transversalmente, tendo como referências a glabela e a protuberância occipital externa.


Os ossos que compõem a calvária consistem de duas lâminas de substância compacta – lâminas externa e interna -  entre elas existe uma camada de substância esponjosa, que no crânio é conhecida por díploe. A lâmina interna, por ser muito mais frágil que a externa, fratura-se extensamente nos traumatismos, e isto pode provocar rupturas de artérias que se situam entre ela e a dura-máter.



A remoção da calvária expõe a cavidade do crânio e deixa ver a base do crânio em seu interior.




Vista superior interna.

Obs: Removendo-se a calvaria em um corte axial tendo como referência a glabela e a protuberância occipital externa, teremos essa visão interna.

Ela também pode ser vista por fora, unida ao viscerocrânio e parcialmente encoberta por ele. A base do crânio coincide com um plano inclinado que secciona o crânio na altura dos pontos craniométricos násio e básio. 


Traçado do ponto Básio ao ponto Násio.


Ela é formada por ossos irregulares e caracterizada pela presença de vários forames e canais, por onde trajetam nervos e vasos, os quais podem ser lesados nos traumatismos cranianos, principalmente naqueles acometidos de fraturas.



VISTA ANTERIOR DO CRÂNIO :

Pela vista anterior, o terço superior do crânio é caracterizado pelo osso frontal, do qual se distingue sua parte mais extensa, lisa e convexa, a escama frontal, que se estende desde o vértice do crânio até as órbitas e os ossos nasais. Sua superfície mostra uma convexidade mais pronunciada acima de cada órbita, o túber frontal.

Entre o túber frontal e a órbita há uma elevação linear, romba, curva, o arco superciliar.  Encontram-se ambos os arcos superciliares numa área mediana em relevo, a glabela.
A aguda margem supra-orbital é interrompida entre seus terços intermédio e medial pela incisura supra-orbital, por vezes transformada em forame.



Entre as órbitas, o osso frontal conecta-se com os ossos nasal (pela sutura frontonasal) e maxila (sutura frontomaxilar).
No ângulo do adito da órbita (entrada), formado pelas margens supra-orbital e lateral, o osso frontal apresenta uma projeção forte e saliente, o processo zigomático, que leva este nome por unir-se ao osso zigomático por meio da sutura frontozigomática (o processo do zigomático que se liga ao frontal se chama processo frontal).

Sutura Frontonasal
Sutura Frontomaxilar
Sutura Frontozigomático

A margem póstero-lateral do processo zigomático inicia-se como uma crista aguda e, a medida que se prolongo para cima e para trás, mais tornando-se menos saliente e se transforma na linha temporal, que alcança o osso parietal.

Além do frontal, os ossos que completam o adito da órbita são o zigomático e a maxila.
O primeiro faz contorno látero-inferior, e a maxila, o contorno médio-inferior. Entre ambos, a sutura zigomático-maxilar é bem distinta na margem infra-orbital. Essa sutura, preenchida por tecido fibroso, pode ser distinguida nas pessoas como um ressalto que pode ser palpado sob a delgada cútis dessa área. Uns 7 ou 8 mm abaixo, perpendicularmente, acha-se o forame infra-orbital.



A órbita, larga no adito, vai aguçando-se no fundo devido a disposição convergente de suas paredes. A parede superior (teto) é formada, na sua maior extensão, pela parte orbital do frontal, que exibe uma depressão na porção lateral, a fossa da glândula lacrimal. A parede lateral é composta pela asa maior do esfenóide e porções dos ossos zigomático e frontal. A parede medial é formada pela lâmina orbital do etmóide,lacrimal e porções da maxila e esfenóide. A parede inferior (soalho) é formada pelo zigomático e face orbital da maxila, a qual é escavada pelo sulco e canal infra-orbital, com início na fissura orbital inferior. Tanto esta quanto a fissura orbital superior são fendas alargadas que separam as paredes superior, lateral e inferior e convergem para o fundo da órbita. Nesse local o canal óptico é bem visível. Nele passam o nervo óptico e a artéria oftálmica.



Medialmente a órbita há uma extensão da maxila, o processo frontal , que se une ao osso nasal pela sutura nasomaxilar. A margem livre do nasal de ambos os lados inicia o contorno superior da abertura piriforme, que é completado nos lados e abaixo pelas maxilas, as quais, em sua união, delimitam uma saliência pontiaguda mediana, a espinha nasal anterior.  A abertura piriforme permite a visão, no interior da cavidade nasal, do septo ósseo e das conchas nasais inferior e média.
Ao lado da abertura piriforme, a maxila é côncava (fossa canina) e apresenta o forame infra-orbital, que continua atrás com o canal infra-orbital até o sulco infra-orbital, todos percorridos pelo nervo e vasos infra-orbitais. Mais lateralmente, a maxila termina-se unindo ao zigomático por meio de seu processo zigomático.





O zigomático, por sua vez, está encaixado entre o viscerocrânio e o neurocrânio, ligando a maxila ao frontal e ao temporal. O zigomático tem um corpo e três processos, cujas denominações correspondem aos nomes dos ossos a que está conectado – processo maxilar, processo frontal e processo temporal. Na sua face lateral, abre-se o forame zigomático-facial, que dá passagem a um nervo homônimo.



As duas maxilas (maxilar) articulam-se no plano mediano pela sutura intermaxilar, ao lado da qual se situa a fóvea incisiva. Entre as fossas incisiva e canina vê-se a eminência canina, saliência que recobre a raiz do dente canino. Na maxila, o processo alveolar, larga expansão que provê alvéolos para os dentes, evidência as eminências alveolares, das quais a canina costuma ser a mais saliente. Mais lateralmente, como contorno final da maxila nesta vista anterior do crânio, vê-se a crista zigomático-alveolar, uma condensação óssea que se estende do processo zigomático da maxila ao alvéolo do primeiro molar.




Finalmente, a mandíbula articulada com a base do crânio mostra sua superfície ântero-lateral, na qual se nota a protuberância mentoniana, forte condensação óssea mediana delimitada por uma saliência na base da mandíbula, o tubérculo mentoniano, e pela fossa mentoniana, uma ligeira depressão abaixo dos alvéolos dos incisivos.



O processo alveolar, semelhante ao da maxila, não possui eminências alveolares acentuadamente salientes. Abaixo do alvéolo do segundo pré-molar, a meia distância da base da mandíbula e da borda livre do processo alveolar, situa-se o forame mentoniano, para nervo e vasos mentonianos. Se for baixada uma perpendicular do forame supra-orbital, esta linha vertical passará sobre (ou bem próximo) os forames infra-orbital e mentoniano.


Mais lateralmente, é evidente a borda anterior do ramo da mandíbula, que se continua inferiormente como linha oblíqua, uma espessa elevação linear romba que esmaece a medida que avança sobre o corpo da mandíbula. 
O ângulo da mandíbula é uma área que se destaca lateralmente como uma 
projeção evidente.




*VISTA SUPERIOR DO CRÂNIO (norma vertical)*

O aspecto geral é de um contorno oval, com uma superfície convexa formada por partes dos ossos frontal, occipital e parietais.
São unidos por suturas serráteis denominadas: coronal, entre o frontal e os parietais; sagital, entre os parietais; lambdóidea, entre o occipital e os parietais.

Sutura serrátil: é aquela na qual as bordas dos ossos que se unem apresentam irregularidades que se encaixam entre si de maneira serrada.

Os ossos que compõem as suturas do crânio fixam-se por meio da interposição de tecido conjuntivo denso, constituindo uma articulação fibrosa, e por meio de saliências e reentrâncias de suas bordas (semelhantes aos dentes de uma serra), que se interpenetram e dão rigidez à articulação. Faz exceção a sutura escamosa, cujos ossos temporal e parietal se ligam em bisel, a moda das escamas de peixe.

Sutura escamosa: Nestes tipos de articulações as bordas dos ossos são escamadas, de tal maneira que uma borda cobre a outra em forma de escama.
Articulação fibrosa:
são articulações estabelecidas por meio de uma camada intermediária de tecido conjuntivo fibroso, que fixa os ossos. São divididas em quatro grupos:
·         as sindesmoses, que possuem grande quantidade de tecido continuos que pode formar um ligamento interósseo ou membrana interóssea - impedindo, portanto, o movimento. Como exemplos temos as articulações tíbio-fibular inferior e a articulação sacro-ilíaca posterior.
·         as suturas, que têm menos tecido conjuntivo do que as sindesmoses, e são encontradas exclusivamente nas articulações dos ossos do crânio. De acordo com a forma da superfície óssea articulante, podem ser divididas em:
·         plana;
·         serrátil - exemplo: sutura entre os ossos parietais direito e esquerdo;
·         escamosa.
·         as esquideleses são articulações que se verificam entre uma superfície em forma de crista de um osso (por exemplo, do corpor do esfenóide, que se aloja em uma superfície em forma de fenda de outro osso (fenda entre asas do vômer, na semelhança do encaixe de um cavaleiro em cima do cavalo.
·         as gonfoses são articulações nas quais um processo cônico está inserido numa cavidade, à semelhança de um prego inserido na madeira, por exemplo. Como exemplo de gonfose temos os dentes inseridos nos Alvéolos dentários.


O ponto de encontro das suturas coronal e sagital é chamado bregma.  Na época do nascimento, uma área membranosa losângica persiste por algum tempo e é chamada fontículo anterior.
Ao lado da sutura sagital, o forame parietal deixa passar uma veia emissária, que liga as veias do couro cabeludo com o seio sagital superior. Ainda no parietal, uma convexidade mais acentuada, o túber parietal, determina, com a do lado oposto, a região de maior largura do crânio.



fonte: Livro Anatomia da Face Bases Anatomofuncionais para a prática Odontológica "Miguel Carlos Madeira"


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