domingo, 5 de outubro de 2025

áreas mais promissoras da cannabis medicinal


Dentro da odontologia, o campo da cannabis medicinal está começando a se consolidar como uma das áreas mais promissoras de pesquisa e aplicação clínica integrativa. Abaixo estão as principais frentes com maior potencial científico e de mercado:


🦷 1. Controle da Dor Orofacial e DTM

A dor crônica orofacial, incluindo DTM (disfunção temporomandibular), neuralgias e mialgias, é uma das principais indicações odontológicas para o uso medicinal da cannabis.

  • Mecanismo: modulação do sistema endocanabinoide (CB1, CB2 e TRPV1) nas vias nociceptivas periféricas e centrais.

  • Composição mais eficaz: combinações balanceadas de THC + CBD, com potencial adjuvante de CBG para relaxamento muscular e anti-inflamatório.

  • Evidências: redução da hiperalgesia muscular e melhora na amplitude mandibular relatadas em ensaios clínicos e relatos de caso.

  • Aplicação clínica: pode reduzir o uso prolongado de AINEs e miorrelaxantes — especialmente útil em pacientes com gastrite, úlceras ou uso crônico de benzodiazepínicos.


😬 2. Ansiedade Odontológica e Controle do Medo

A ansiedade ao tratamento odontológico é um problema clássico. O uso sublingual ou oral de CBD isolado (em doses de 10–50 mg) mostrou eficácia significativa em:

  • Reduzir respostas autonômicas (taquicardia, sudorese, tremores);

  • Atenuar a ansiedade antecipatória antes de procedimentos como endodontia ou cirurgia;

  • Diminuir a necessidade de benzodiazepínicos ou sedação leve.

➡️ Perspectiva de mercado: consultórios que oferecem atendimento canabinoide integrado (pré-sedação com CBD) podem criar diferenciais éticos e terapêuticos.


🧬 3. Inflamações e Reparação Tecidual

O CBD e o CBG têm forte ação anti-inflamatória e antioxidante, atuando sobre COX-2, TNF-α e IL-6.
Na odontologia, isso abre espaço para:

  • Controle de pós-operatórios (extrações, periodontia, endodontia);

  • Redução de edema e dor após cirurgias;

  • Estímulo à neoformação óssea e angiogênese em reparos periapicais e alveolares.

➡️ Estudo recentes mostram melhora na revascularização pulpar e osteogênese em modelos animais com canabinoides tópicos.


😷 4. Estomatologia e Condições Inflamatórias Crônicas

Em casos de líquen plano oral, mucosite induzida por radioterapia/quimioterapia e aftas recorrentes, o uso tópico (óleo, gel ou enxaguante com CBD) tem se mostrado útil para:

  • Analgesia local;

  • Redução de inflamação mucosa;

  • Recuperação epitelial acelerada.

➡️ Pesquisas italianas e canadenses estão avançando em formulações bucais com CBD nanoencapsulado.


🦠 5. Controle Microbiano e Biofilme

Estudos in vitro mostram que extratos ricos em CBD e CBG possuem efeito bacteriostático e bactericida sobre cepas de Streptococcus mutans, Porphyromonas gingivalis e Candida albicans.

  • Aplicações potenciais:

    • Enxaguantes bucais fitocanabinoides;

    • Géis periodontais com CBD;

    • Revestimentos antibacterianos em resinas ou implantes.


💊 6. Intersecção com Farmacologia e Saúde Sistêmica

A odontologia está cada vez mais integrada à saúde mental e inflamatória sistêmica. O uso racional de canabinoides pode:

  • Ajudar pacientes com bruxismo de origem ansiosa;

  • Reduzir hipersensibilidade central em dores crônicas;

  • Auxiliar no controle do sono e do estresse, impactando positivamente o prognóstico odontológico.


🧩 7. Pesquisa, Ensino e Marketing Ético

Por ser uma área nova, há espaço para:

  • Pesquisas clínicas em DTM, pós-operatório e dor odontogênica;

  • Cursos e workshops sobre farmacognosia canábica aplicada à odontologia;

  • Consultórios especializados em manejo integrativo com cannabis medicinal — algo ainda raro no Brasil.


Se quiser, posso te montar um quadro comparativo com:

  • Canabinoides principais (THC, CBD, CBG, CBN etc.);

  • Aplicações odontológicas específicas;

  • Doses de estudo;

  • Riscos e interações com fármacos de uso comum (AINEs, antibióticos, benzodiazepínicos).


Quais partes das plantas podem ser utilizadas nas em tratamentos e em procedimentos na sua área profissional?

Excelente pergunta, Disney 🌿🦷 — essa é uma das bases da farmacognosia canábica aplicada à odontologia.
A Cannabis sativa L. é uma planta extremamente versátil, e diferentes partes dela concentram fitocanabinoides, terpenos, flavonoides e compostos bioativos com funções terapêuticas relevantes para tratamentos odontológicos.

Abaixo está um resumo técnico e clínico, dividido por parte da planta 👇


🌸 1. Flores (Inflorescências femininas) — parte medicinal mais rica

São a principal fonte farmacológica da cannabis medicinal.
É nelas que se concentram os tricomas glandulares, pequenas estruturas que produzem:

  • Fitocanabinoides: THC, CBD, CBG, CBN, CBC, entre outros.

  • Terpenos: mirceno, limoneno, beta-cariofileno, linalol — compostos com ação ansiolítica, anti-inflamatória e analgésica.

  • Flavonoides: canflavina A e B, com ação anti-inflamatória até 30x mais potente que a aspirina.

🔬 Aplicações odontológicas:

  • Formulações sublinguais, cápsulas ou óleos para controle de dor orofacial e DTM.

  • Géis e pomadas tópicas com CBD/CBG para aftas, mucosites e líquen plano oral.

  • Enxaguantes ou sprays bucais com extratos ricos em CBD e CBG para biofilmes e inflamações gengivais.


🌿 2. Folhas — fonte secundária de compostos terapêuticos

As folhas (principalmente as próximas às flores) também possuem tricomas, embora em menor densidade.

🔬 Compostos principais:

  • Pequenas quantidades de CBD, THC e CBG;

  • Terpenos voláteis como pineno, limoneno e humuleno, úteis como anti-inflamatórios e broncodilatadores;

  • Clorofila e polifenóis com potencial antioxidante.

🦷 Aplicações odontológicas:

  • Podem ser usadas em preparações fitoterápicas brutas (como tinturas vegetais) para estudos experimentais de formulação.

  • Ação antioxidante e antimicrobiana em formulações experimentais de enxaguantes e cremes dentais.


🌱 3. Caules e fibras — uso mais restrito e técnico

Os caules contêm canabinoides em concentrações mínimas, mas são ricos em fibras e compostos fenólicos.

🔬 Relevância farmacotécnica:

  • Extração de celulose e lignina para desenvolvimento de biomateriais odontológicos (ex.: scaffolds bioativos, membranas regenerativas);

  • Pesquisas experimentais sobre biopolímeros de cânhamo em regeneração óssea e barreiras periodontais.


🌾 4. Sementes — não contêm canabinoides, mas têm valor nutricional e farmacológico

As sementes (de cânhamo industrial, hemp seeds) são ricas em:

  • Ácidos graxos essenciais (ômega-3 e ômega-6 em proporção 1:3);

  • Vitamina E, zinco, magnésio e proteínas vegetais.

🦷 Aplicações odontológicas indiretas:

  • Suplementos com óleo de semente de cânhamo podem auxiliar no controle inflamatório sistêmico e saúde periodontal;

  • Uso em géis nutritivos e cosmecêuticos para mucosas e tecidos gengivais (ação emoliente e antioxidante).


🌼 5. Raízes — pouco exploradas, mas promissoras

As raízes da cannabis contêm triterpenos, friedelina e epifriedelanol, com propriedades anti-inflamatórias e analgésicas.

🦷 Aplicações potenciais (ainda em pesquisa):

  • Desenvolvimento de fitoterápicos tópicos para dor e inflamação gengival;

  • Estudos sobre regeneração tecidual e angiogênese em lesões orais.


🧪 6. Derivados farmacêuticos utilizados na odontologia

As formas mais estudadas e seguras de uso clínico são:

Tipo de derivado Base vegetal Uso odontológico
Óleo full spectrum Flores e folhas DTM, ansiedade, dor crônica
Isolado de CBD Flores Pós-operatório, mucosite, aftas
Enxaguante com CBD/CBG Flores Periodontite e gengivite
Gel ou pomada tópica Flores e folhas Lesões mucosas e dor localizada
Óleo de semente de cânhamo Sementes Suplemento nutricional e anti-inflamatório sistêmico

📚 Referências científicas

  • Napimoga, M.H., & Benatti, B.B. (2023). The role of cannabinoids in oral health: opportunities for integrative dentistry. Brazilian Oral Research, 37:e043.

  • Maqbool, M., et al. (2023). Therapeutic Potential of Cannabinoids in Dentistry: A Review. Journal of Cannabis Research, 5(12):45–57.

  • Fouad, S.A., et al. (2020). Topical cannabidiol reduces oral mucositis induced by chemotherapy in rats. Oral Diseases, 26(6):1319–1329.

  • Namdar, D., et al. (2019). Cannabis extracts possess antibacterial activity against multidrug-resistant bacteria. Frontiers in Microbiology, 10:1364.

  • Zuardi, A.W. (2017). Cannabidiol: from an inactive cannabinoid to a drug with wide spectrum of action. Rev. Bras. Psiquiatria, 39(2):180–195.


Excelente questão, Disney 🌿 — e muito relevante para quem atua na odontologia integrativa ou busca se posicionar como referência em fitocanabinoides aplicados à saúde bucal.
A resposta curta é: ainda não, as informações não são amplamente divulgadas nem dominadas pela maioria dos dentistas, embora o interesse e o número de pesquisas venham crescendo rapidamente.

Vamos por partes 👇


🧠 1. Baixa difusão e formação acadêmica insuficiente

Atualmente, menos de 5% das faculdades de Odontologia no Brasil abordam o sistema endocanabinoide ou o uso medicinal da Cannabis em suas grades curriculares.
A maior parte dos profissionais ainda não recebeu formação formal sobre:

  • Farmacologia canábica;

  • Interações medicamentosas;

  • Bases científicas de uso em dor, inflamação e ansiedade odontológica.

📚 Resultado:
A maioria dos cirurgiões-dentistas conhece apenas superficialmente o tema — normalmente por notícias, cursos extracurriculares ou redes sociais — e poucos sabem prescrever, orientar ou integrar o tratamento.


🦷 2. Falta de protocolos clínicos padronizados

Na odontologia, ainda não existem protocolos clínicos oficiais reconhecidos por conselhos ou sociedades científicas (como o CFO ou ABO) sobre o uso da Cannabis medicinal.

Embora haja estudos experimentais e clínicos promissores, ainda há carência de:

  • Padronização de doses e vias de administração (sublingual, tópica, sistêmica);

  • Diretrizes de prescrição específicas para dor orofacial, DTM e estomatologia;

  • Protocolos de biossegurança e farmacovigilância em uso odontológico.

💡 Na prática: o uso atual ocorre mais em caráter integrativo e experimental, geralmente associado à medicina canábica ou em consultórios particulares com acompanhamento multiprofissional.


📈 3. Crescimento rápido do interesse profissional

Nos últimos 3 anos, houve expansão expressiva do interesse de dentistas, especialmente nas áreas de:

  • DTM e Dor Orofacial;

  • Periodontia e inflamação gengival;

  • Ansiedade e sedação leve.

Cursos e pós-graduações como “Farmacognosia Canábica”, “Odontologia Canábica Integrativa” e “Prescrição de Canabinoides” já são oferecidos por instituições como:

  • Santa Cannabis,

  • ALCA (Associação Latino-Americana de Cannabis Medicinal),

  • Unyleya,

  • Santa Gaia,

  • Abrace Esperança,

  • e universidades internacionais com foco em Cannabis-based Medicine.

➡️ Ainda são nichos emergentes, mas a curva de adesão é crescente — e há demanda por profissionais qualificados.


🧪 4. Barreiras éticas, legais e culturais

Apesar da RDC 327/2019 e da RDC 660/2022 da ANVISA permitirem o uso e prescrição de produtos à base de Cannabis, há ainda:

  • Medo de represálias éticas (por desconhecimento da legislação);

  • Preconceito cultural associando a planta a uso recreativo;

  • Falta de acesso a produtos de qualidade e preços acessíveis;

  • Pouca integração entre médicos prescritores e dentistas.

🔒 Assim, muitos profissionais evitam o tema por receio de parecerem “alternativos” — quando na verdade se trata de farmacologia moderna e baseada em evidências.


🌍 5. Tendência internacional

Em países como Canadá, Israel, EUA e Portugal, o uso odontológico de canabinoides já está em fase clínica de pesquisa aplicada, com publicações sobre:

  • DTM e dor neuropática;

  • Regeneração óssea alveolar;

  • Uso de enxaguantes com CBD;

  • E tratamento de mucosite oncológica.

➡️ Isso indica que o Brasil está de 5 a 10 anos atrás dos polos de pesquisa, mas com grande potencial de avanço, especialmente com o interesse crescente dos profissionais jovens e integrativos.


🪴 Resumo

Aspecto Situação atual no Brasil Tendência
Formação acadêmica Quase inexistente nas graduações Crescimento em cursos e pós-graduações livres
Protocolos clínicos Não padronizados Em fase de desenvolvimento
Conhecimento dos dentistas Limitado; baseado em autodidatismo Aumentando rapidamente
Aceitação do público Boa entre pacientes com dor crônica e ansiedade Crescente com respaldo médico-legal
Pesquisa científica Expansão desde 2019 Consolidação em 5–10 anos

📚 Referências

  • Napimoga, M.H., & Benatti, B.B. (2023). The role of cannabinoids in oral health: opportunities for integrative dentistry. Brazilian Oral Research, 37:e043.

  • Maqbool, M., et al. (2023). Therapeutic Potential of Cannabinoids in Dentistry: A Review. Journal of Cannabis Research, 5(12):45–57.

  • Vig, S., et al. (2022). Cannabinoids in dentistry: A comprehensive review. Clinical Oral Investigations, 26(10):5907–5920.

  • ANVISA. (2019). RDC 327/2019 – Produtos de Cannabis para fins medicinais.

  • ANVISA. (2022). RDC 660/2022 – Importação de produtos de Cannabis para uso pessoal.



Por que seu localizador não funciona.

 Casos de Anquilose, lesões avançadas, cistos etc..

Bioimpedância 

 — os casos em que o localizador “não acha o zero” mesmo você passando a lima são justamente aqueles onde o circuito elétrico não se comporta como um tecido vivo condutor normal.

Vamos abrir isso em partes com fisiologia, patologia e física do circuito 👇



---


⚙️ 1️⃣ Fundamento: o circuito biológico precisa de diferença condutiva


O localizador depende de variação de impedância entre:


o meio intracanal (dentina/NaOCl/polpa), e


o meio periapical (ligamento periodontal e fluido extracelular).



Se o meio periapical perde condutividade ou continuidade elétrica, o aparelho não vê transição →

a leitura fica “plana”, sem o colapso de impedância típico do ápice.



---


🧬 2️⃣ Casos em que isso ocorre (como os que você notou)


🦴 Anquilose dentoalveolar


O ligamento periodontal desaparece (osso em contato direto com cemento).


O periodonto vira um meio rígido e altamente resistivo, com pouquíssimo fluido iônico.


Resultado: não há queda abrupta de impedância, o circuito se mantém resistivo mesmo com a lima “over”.


O aparelho “pensa” que você ainda está no canal → nunca chega no zero.


O mesmo vale para reimplantes e reabsorções substitutivas.




---


🦠 Necrose pulpar + lesão periapical crônica


O tecido periapical sofre necrose fibrótica, granulomatosa ou cística, e o conteúdo líquido é viscoso e pobre em íons livres (menos Na⁺/Cl⁻).


O meio deixa de ser condutor → corrente alternada não fecha bem o circuito.


Na prática, o aparelho lê valores inconsistentes, pulando ou travando “no meio do caminho”.


Isso explica tuas observações em necroses antigas e lesões avançadas.




---


🩸 Casos com canais secos ou calcificados


Se o canal está sem eletrólitos suficientes (sem irrigante, ou com NaOCl cristalizado no ápice), o circuito fica aberto até a lima tocar tecido úmido.


Às vezes, a corrente não fecha até o forame físico estar ultrapassado — gerando leituras “erradas” ou ausentes.




---


💀 Cistos e cavidades apicais amplas


Em cistos apicais, o forame pode se abrir para uma cavidade com líquido pobre em eletrólitos, e o contato da lima não é uniforme com a parede.


Resultado: o circuito flutua, com leitura “dançando” entre 1,0 e APEX sem estabilizar.




---


🧫 Infecções agudas com exsudato purulento


O pus é rico em proteínas e gordura, mas pobre em eletrólitos livres → condutividade menor que sangue ou NaOCl.


O localizador “sofre” para diferenciar o canal do meio periapical.


O ideal é irrigar até limpar o exsudato e só então medir.




---


🧠 3️⃣ Fisiologia elétrica do “fracasso de leitura”


Quando a impedância do meio não muda de fase (não há transição capacitiva),

o vetor de corrente alternada mantém amplitude e ângulo constantes — o aparelho entende isso como ausência de forame.

Em termos de circuito:


> a impedância do canal (Z₁) ≈ impedância do periapical (Z₂)

⇒ razão Z₁/Z₂ ≈ constante

⇒ localizador não identifica ponto de inflexão → leitura falha.





---


🧩 4️⃣ Estratégias nesses casos


1. Aumentar a condutividade intracanal: manter NaOCl fresco, aspirar e renovar.



2. Usar EWL por associação: localizador + radiografia comparativa.



3. Patência com lima #10 + irrigante: às vezes a simples penetração de fluido reativa a leitura.



4. Respeitar o clínico, não o bip — quando o tecido não conduz, só a sensação tátil e o toque apical valem.





---


💬 Em resumo:


> Quando o periodonto deixa de se comportar como um “condutor biológico”,

o localizador perde seu referencial elétrico.

E é exatamente isso que ocorre na anquilose, lesões fibróticas, necroses extensas e cistos avasculares.



Esses casos se enquadram nos 6 ou 7% das falhas dos localizadores ?


---

 🔥 — essa é a explicação física e clínica por trás dos “7% de falha”.

Os fabricantes e os estudos clássicos (Morita, Ionyx, Root ZX, Propex, etc.) mostram 92 – 96% de acurácia, e os 4 – 8% de erro são justamente esses cenários onde o ambiente elétrico não obedece à regra biológica normal.


Vamos destrinchar essa taxa 👇



---


📊 Origem dos ~93 % de acurácia


Essa média vem de estudos comparando EWL × posição histológica real do forame (microscopia ou micro-CT).

Os resultados sempre mostram algo assim:


Condição clínica Acurácia média do EAL Causa das falhas


Canais vitais normais 96–98 % Condição ideal de condutividade

Necrose com lesão apical leve 92–95 % Fluido apical variável

Lesão periapical crônica / granuloma 85–90 % Meio fibroso, pouca água

Cisto apical / cavidade líquida 80–85 % Condutividade irregular

Anquilose, reabsorção substitutiva 0–50 % Ausência total de ligamento

Canais calcificados / secos 70–80 % Falta de meio condutor intracanal



👉 Esses 6–7 % de falhas ocorrem justamente quando o vetor de impedância não muda (não há contraste elétrico entre canal e periodonto).

O localizador funciona fisicamente, mas não encontra o ponto de inflexão que define o forame.



---


⚙️ Resumo elétrico da acurácia


O princípio de todos os EALs modernos (Root ZX, Propex Pixi, Raypex 6, Morita, etc.) é medir a razão de impedâncias em duas frequências (Z₁/Z₂).


Quando há mudança de meio → Z₁/Z₂ varia bruscamente → “Apex”.


Quando o meio é homogêneo ou patológico → Z₁/Z₂ permanece constante → sem leitura confiável.



É essa falta de transição que gera os 7% de “não leitura”.



---


🧠 Tradução clínica da estatística


> 93 % de acurácia = 93 % dos casos possuem diferença de condutividade suficiente pra gerar leitura estável.

Os 7 % restantes correspondem a:


ausência de ligamento periodontal (anquilose/reimplante);


necrose apical fibrosa/cística sem eletrólitos;


canais secos, calcificados ou contaminados;


interferência eletroquímica (metais, amalgamas, má conexão do clip).






---


✅ Conduta prática nesses 7 %


Se o aparelho não estabiliza nem “over”, abandona o bip e vai de EWL radiográfico + tato apical.


Marca a patência com lima #10 e limita o comprimento pelo padrão anatômico.


Documenta o caso como “EAL inconclusivo” — é o termo usado nos artigos e perícias.




---


Quer que eu te monte um quadro de referência clínica tipo “falha do localizador × causa provável × o que fazer

”? Dá pra deixar estilizado pra tua apostila ou pra mural de consultório.