terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Cistos Odontogênicos:


Cistos odontogênicos:
Ainda que alguns cistos possam resultar da inclusão de epitélio na linha de fusão de processos embrionários, a maioria dos cistos dos maxilares são limitados por epitélio que se origina do epitélio odontogênico. Estes cistos são denominados cistos odontogênicos.

De acordo com sua origem os cistos odontogênicos são classificados em de desenvolvimento e inflamatório.
Os cistos odontogênicos de desenvolvimento possuem causa desconhecida enquando os cistos inflamatórios resultam da inflamação.

Classificação dos cistos Odontogênicos:
Desenvolvimento:
1. Cisto Dentígero. *
2. Cisto de Erupção.*
3. Ceratocisto Odontogênico.*
4. Cisto Odontogênico ortoceratinizado.*
5. Cisto gengival (alveolar) do recém nascido.*
6. Cisto gengival do adulto.*
7. Cisto periodontal lateral.
8. Cisto odontogênico calcificante.
9. Cisto odontogênico glândular.

Inflamatório:
1. Cisto Periapical. (radicular)
2. Cisto Periapical (radicular) residual.
3. Cisto da bifurcação vestibular.


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CISTO DENTÍGERO:

É definido como um cisto que se origina pela separação do folículo da coroa de um dente incluso. É o tipo mais comum de cisto odontogênico de desenvolvimento, compreendendo cerca de 20% de todos os cistos epiteliados dos maxilares. A patogênese deste cisto é deconhecida, mas, aparentemente, ele desenvolve-se pelo acúmulo de líquido entre o epitélio reduzido do esmalte e a coroa do dente.



Características clínicas:
Embora possam estar associados com qualquer dente incluso, é mais frequente em terceiros molares inferiores.
Ainda que o cisto dentígero possa ser encontrado em pacientes de diferentes idades, eles são, com mais frequência, descobertos em pacientes entre 10 e 30 anos de idade.
Os cistos dentígeros são frequentemente assintomáticos e descobertos em apenas exames radiográficos de rotina.
Cistos grandes podem estar associados a expansão indolor do osso na região afetada. Lesões extensas podem provocar assimetria facial.

Característica radiográfica:
Apresenta-se como uma lesão radiolúcida unilocular associada a coroa de um dente incluso.
Deve ser enfatizado que o aspecto radiográfico não é diagnóstico; assim ceratocistos odontogênicos, ameloblastomas uniloculares e diversas outras lesões podem mostrar um aspecto radiográfico semelhante.


Tratamento:
Usualmente é feito a enucleação do cisto e remoção do dente incluso associado. Se a erupção do dente envolvido é considerado viável, o dente pode ser mantido no local após remoção parcial da parede do cisto.
Cistos grandes também podem ser tratados com marsupialização.
Raramente ocorre recidivas.

1- Como é a patogênese desse cisto ?
R: É desconhecida mas aparentemente ele se desenvolve pelo acúmulo de líquido entre o epitélio reduzido do esmalte e a coroa do dente.

2- São características dos cistos dentígeros, EXCETO:
a) Há maior prevalência nos brancos.
b) Raramente estão associados a dentes decíduos.
c) Raramente causam reabsorção radicular no dente adjacente irrompido.
d) Estão mais freqüentemente relacionados aos terceiros molares inclusos.

R: Ele possui ligeira predileção pelos homens, e a prevalência é maior nos brancos do que nos negros.    (A) Correta.
Os cistos dentigeros raramente envolvem os dentes decíduos. (B) Correta.
Cistos não causam reabsorções radicular, quando isso ocorre o clínico deve suspeitar de uma lesão maligna. (C) Errada.
Embora o cisto dentígero possa estar associado com qualquer dente incluso mais frequentemente envolvem os terceiros molares inferiores. (D) Correto.

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QUERATOCISTO OU CERATOCISTO ODONTOGÊNICO:

Há uma concordância geral de que o ceratocisto odontogênico se origina de remanescentes celulares da lâmina dentária.
Tal cisto apresenta um comportamento biológico e mecanismo de crescimento diferentes do cisto radicular e dentígero. A maioria dos autores acreditam que os cistos radicular e dentígero continuam a crescer como resultado do aumento da pressão osmótica no interior da luz do cisto. Enquanto no ceratocisto o seu crescimento pode estar relacionado com fatores inerentes desconhecidos do próprio epitélio ou com a atividade enzimática na cápsula fibrosa.
Muitos pesquisadores sugerem que os ceratocistos odontogênicos devem ser considerados neoplasmas císticos benignos e não cistos.
Eles constituem de 3 a 11% de todos os cistos.

Características clínicas:
Os ceratocistos odontogênicos podem ser encontrados em pacientes com idade variável, da criança ao adulto idoso, porém 60% dos casos são diagnosticados nos pacientes entre 10 e 40 anos.
Há uma leve predileção pelo sexo masculino.
A mandíbula é afetada em 60 a 80% dos casos, com acentuada tendência para envolver a região posterior do corpo mandibular e o ramo ascendente.

Quando pequenos são assintomáticos detectados em exame radiográfico de rotina.
Maiores podem estar associados a dor, tumefação e drenagem.
Entretanto cistos muito grande podem ser assintomáticos.

Os ceratocistos odontogênicos tendem a crescer no sentido ântero-posterior, pelos espaços medulares do osso, sem causar expansão óssea evidente. (essa caract é útil para o diagnóstico diferencial e radiográfico, pois cistos dentígeros e radiculares estão associados com a expansão do osso).
Pacientes devem ser avaliados para outras manifestações da síndrome de gorlin.

Características radiográficas:
Os ceratocistos odontogênicos apresentam área radiotransparente bem definida com margens regulares e frequentemente cortiçadas.
O diagnóstico do ceratocisto odontogênico é baseado nos aspectos histopatológicos. Os aspectos radiográficos, ainda que, muitas vezes sejam altamente sugestivos, não são suficientes para o diagnóstico, pois ele pode simular um cisto dentígero, um cisto radicular, um cisto residual etc...

Ceratocisto Odontogênico assintomático que tinha se desenvolvido no lugar de um terceiro molar.
O paciente negava história de remoção prévia do terceiro molar.




Tratamento:
Muitos ceratocistos odontogênicos são tratadas de maneira semelhante a outros cistos de origem odontogênica, por enucleação ou curetagem.

A completa remoção do cisto inteiro é,. Muitas vezes, difícil devido a natureza friável e a espessura fina da capsula do cisto.

Ao contrário dos outros cistos odontogênicos, o ceratocisto tende a recorrer após o tratamento, não se sabe se isso se deve a fragmentos do cisto que não foram removidos no momento da cirurgia ou a um “novo” cisto que se desenvolveu de remanescentes da lâmina dentária no local do cisto.

A colocação de solução de Carnoy (fixador de tecido contendo 6 ml de álcool absoluto, 3 ml de clorofórmio e 1 g de ácido férrico) na loja cirúrgica, por três minutos após a enucleação, pode reduzir a chance de recidiva, assim como o uso adjunto da crioterapia (BRONDUM; JENSEN, 1991; HSUN-TAU, 1998; BLANAS et al., 2000; NAKAMURA et al., 2002; ISRAEL; BRAGA;DIAS, 2004)

O relato da frequência de recorrência em diferentes estudos varia de 5% a 62%.
Recorrência de aproximadamente 30%.
A recorrência é mais frequente no ceratocisto odontogênico da mandíbula, principalmente na região posterior do corpo mandibular e no ramo ascendente.

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CISTO DE ERUPÇÃO (hematoma de erupção)
O cisto de erupção é análogo do cisto dentigero no tecido mole.
Desenvolve-se como resultado da separação do folículo dentário que envolve a coroa de um dente em erupção que está dentro dos tecidos moles sobre o osso alveolar.



Características clínicas:

É uma tumefação mole, muitas vezes translúcida na mucosa gengival, recobrindo a coroa de um dente decíduo ou permanente em erupção.
A maioria dos casos ocorrem em crianças com menos de 10 anos de idade.
Embora possa acometer qualquer dente em erupção, a lesão está mais comumente associada com os primeiros molares permanentes e incisivos superiores.
Trauma na superfície pode resultar na presença de sangue no líquido cístico, dando cor púrpurea ou castanha.

Tratamento e prognóstico:
Pode não ser necessário nenhum tratamento, frequentemente o cisto rompe espontaneamente, permitindo a erupção do dente. Se isso não acontecer uma simples excisão no revestimento cístico geralmente permite a erupção do dente.

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CISTO ODONTOGÊNICO ORTOCERATINIZADO:
O nome não caracteriza um tipo específico de cisto odontogênico, mas simplesmente pelo fato desse cisto se apresentar microscopicamente por um limitante epitelial ortoceratinizado.
Constituem de 7 a 17% de todos os cistos ceratinizados dos maxilares.

Características clínicas:
São predominantes em adultos jovens, com uma relação homem-mulher de 2:1.
A lesão ocorre com mais frequência duas vezes maior na mandíbula do que na maxila, com tendência para envolver regiões posteriores dos ossos maxilares.
Não apresenta características clínicas que o diferenciem de outros cistos odontogênicos de desenvolvimento ou inflamatório.

Características radiográficas:
Não apresenta características radiográficas que o diferencie de outros cistos odontogenicos de desenvolvimento ou inflamatório.
A lesão apresenta-se  como imagem radiolúcida unilocular, ocasionalmente pode ser multilocular.
Aproximadamente 2/3 dos cistos odontogênicos ortoceratinizados são identificados em uma lesão que parece clinicamente e radiograficamente um cisto dentígero; na maioria das vezes, envolvem um terceiro molar inferior incluso.

Tratamento e prognóstico:
A enucleação com curetagem é o tratamento usual para esse tipo de cisto.
A recorrência é raramente observada, e a frequência é de 2% em acentuado constraste com os 30% ou mais de recorrências associadas aos ceratocistos odontogênicos.

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CISTO GENGIVAL (ALVEOLAR) DO RECÉM-NASCIDO:

São pequenos cistos superficiais contendo ceratina, encontrados na mucosa alveolar dos recém-nascidos.
Tais cistos se originam de remanescentes da lâmina dentária.
São lesões comuns relatadas em metade dos recém-nascidos.
Como desaparecem espontaneamente por seu rompimento, raramente são notados ou removidas para biópsia.


Múltiplas pápulas brancas na criasta alveolar da maxila.

Características clínicas:
Pequenas pápulas esbranquiçadas, frequentemente múltiplas, na mucosa de recobrimento dos processos alveolares de recém-nascidos.
Não possuem mais que 2 a 3 mm de diâmetro.
A mucosa alveolar maxilar é mais envolvida do que a mandibular.

Tratamento e prognóstico:
Nenhum tratamento é indicado, por que as lesões involuem espontaneamente, como resultado da ruptura dos cistos e pelo contato com a superfície da mucosa bucal.
Essas lesões raramente são vistas após os três meses de idade.
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CISTO GENGIVAL DO ADULTO:

O cisto gengival do adulto é uma lesão incomum.
É considerado o equivalente dos tecidos moles do cisto periodontal lateral, derivado de restos da lâmina dentária (restos de Serres).
Em raras ocasiões, o cisto pode desenvolver-se na gengiva no local de um enxerto gengival; entretanto, tais lesões provavelmente constituem cistos de inclusão epitelial que resultam de procedimentos cirúrgicos.
Lesão cística na gengiva adjacente ao canino inferior.


Características clínicas:
Esse cisto mostra acentuada predileção para ocorrer na região do canino e pré-molar inferiores (60 a 75% dos casos).
São mais comumente encontrados em pacientes na quinta e sexta décadas de vida, sendo quase sempre localizados na mucosa alveolar ou gengival vestibulares.
Na maxila usualmente são observados nas regiões do incisivo, canino e pré-molar.

Os cistos aparecem como tumefações indolores semelhantes a  uma cúpula, frequentemente com 0,5 cm de diâmetro, embora raramente possam ser maiores. Muitas vezes são azulados ou acinzentados.
Algumas vezes o cisto pode causar uma reabsorção superficial “em forma de taça”  do osso alveolar, que não pode ser detectado radiograficamente, mas se torna aparente quando o cisto é excisado.

Tratamento e prognóstico:
O cisto gengival do adulto responde bem a simples excisão do cirúrgica. O prognóstico é excelente.



Continua....

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6 comentários:

  1. Adoramos seu blog. Nos ajuda muito com os estudos. Muito obrigada!

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  2. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  3. Melhor blog de odontologia !!!! fantástico !!!

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  4. Blog TOP, odontologia por amor. =)

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