terça-feira, 27 de novembro de 2012

Principios do preparo dos dentes ( Prótese Fixa I )

Preparo: Dente preparado por restauração.
imbricamento: Dispor (coisas) de maneira que só em parte se sobreponham umas às outras, como as telhas do telhado ou as escamas do peixe.
Tensão: esforço interno resistente de um corpo submetido a esforço solicitante.

Princípios do preparo dos dentes:
1- Preservação da estrutura do dente.

Além de substituir a estrutura do dente ausente, a restauração deve preservar a estrutura remanescente.

2- Retenção e resistência.Nenhum cemento possui propriedades de adesão suficiente para manter o dente no lugar mediante unicamente a adesão.

Retenção: impede que a restauração saia pelo longo eixo de inserção ou eixo longitudinal do preparo.
Resistência: impede deslocamento da restauração pela ação de forças apicais e obliquas e movimentação pela força oclusal.


- CONICIDADE:As paredes axiais do preparo devem ter ligeira conicidade para que a restauração possa fixar-se; ou seja duas paredes externas opostas devem convergir gradualmente ou duas paredes internas divergir para oclusal.

Teoricamente quanto mais paralelas as paredes opostas de um preparo, maior deveria ser a retenção "G.V Black" mas ocorre que na boca é impossível criar paredes paralelas sem recortar profundamente o preparo.

Jorgensen e Kafman: a retenção diminui a medida que a conicidade aumenta.

Para diminuir o mínimo a tensão na interface do cimento entre o preparo e a restauração o ideal é uma conicidade de 2,5 a 6,5 graus, mas é muito pequeno o aumento da tensão quando a conicidade é aumentada de 0 a 15 gaus.
Mas com 20 graus aumenta a concentração de tensão.
Uma convergência total de 16 graus é capaz de oferecer boa retenção.

Preparos com 10 graus em anteriores e 22 graus em molares: O cimento cria uma união fraca, em grande parte por embricamento mecânico entre a superfície interna da restauração, e a parede axial do dente.

Quanto maior a área do preparo maior a retenção.

Preparos em dentes grandes são mais retentivos que em pequenos.

-LIBERDADE DE DESLOCAMENTO:A retenção melhora quando diminui geometricamente o número de trajetórias ao longo das quais a restauração pode sair do preparo.

-COMPRIMENTO:O comprimento oclusogengival (altura do dente)  é um importante fator para a retenção e a resistência. Os preparos mais longos tem superfície maior, e portanto, serão mais retentivos.

Para que o trabalho tenha sucesso, o comprimento deve ser suficiente para interceptar o arco descrito pela restauração quando esta gira sobre um ponto situado na margem oposta.

- Uma parede curta não oferecerá resistência.
- As paredes devem bloquear esse arco para serem retentivas.

Preparos mais curtos devem ter sua conicidade menor possível para aumentar a resistência, mas nem isso irá ajudar se a parede for curta demais.

Pode ser possível restaurar um dente com paredes curtas desde que seu diâmetro seja pequeno. (pequeno raio rotacional para o arco de deslocamento)

A resistência do deslocamento pode ser melhorada em dentes curtos fazendo sulcos nas paredes axiais (reduz raio rotacional.).
Preparo curto com sulcos e o raio rotacional sendo interceptado aumentando a retenção do preparo.
3- Durabilidade da estrutura.

Uma restauração deve conter um volume de material suficiente para resistir as forças de oclusão, e que se limite ao espaço criado pelo preparo.
Apenas desse modo poderá haver harmonia oclusal e contornos axiais normais, evitando-se problemas periodontais em torno da restauração.

REDUÇÃO OCLUSAL:Característica importante para conferir volume adequado e dar resistência a restauração.
Coroa metalocerâmica:Desgaste nas cúspides de corte: 2,0 mm.
Desgaste nas cúspides de suporte: 1,5 mm.

Coroa metaloplástica: 
Desgaste nas cúspides de corte: 1,5 mm.
Desgaste nas cúspides de suporte: 1 mm.

Coroa total metálica:Desgaste nas cúspides de corte: 1,5 mm.
Desgaste nas cúspides de suporte: 1 mm.

BISEL NAS CÚSPIDES FUNCIONAIS:Um bisel amplo nas vertentes linguais das cúspides palatinas dos dentes superiores e nas vertentes vestibulares das cúspides vestibulares dos dentes inferior. "VIPS"
Se não forem feito  podem ocorrer vários problemas: área pode ficar delgada demais, ocorrer perfuração da coroa, sobrecontorno e problemas de oclusão, diminui a retenção pois destruira uma quantidade excessiva do dente.

REDUÇÃO AXIAL:Desempenha papel importante na obtenção de espaço para uma boa espessura de material restaurador.
Se não forem feitas  poderá ocorrer adelgaçamento e distorções, o técnico irá tentar compensar com mais material restaurador o que poderá afetar o periodonto.

Redução axial insuficiente pode criar paredes finas e fracas ou então restaurações convexas com contatos exagerados.

Coroa metalocerâmica:Desgaste vestibular: 1,5  mm.
Desgaste lingual/palatino: 1,2 mm a 1,5 mm.

Coroa metaloplástica:Desgaste vestibular: 1,5 mm.
Desgaste lingual/palatino: 1 mm.

Coroa total metálica:
Desgaste vestibular: 1mm
Desgaste lingual/palatino: 1mm

4- Integridade das margens.
A restauração só poderá subsistir no meio biológico bucal se suas margens estiverem estreitamente adaptadas á linha de terminação cavosuperficial do preparo.

A configuração da linha de terminação do preparo determina a forma e quantidade de material a ser colocado na margem da restauração. Também pode influenciar a adaptação das margens e o grau de ajuste da restauração.


Biselamento da linha de terminação: é um meio de diminuir a discrepância marginal.


Linhas de terminações

Da esquerda para direita: chanfro, chanfrete, ombro, ombro com angulo interno arredondado, ombro com bisel e lâmina de faca. ( Clique na imagem para ampliar.)

Coroa metalocerâmica:chanfro largo com bisel.
Broca tronco cônica mais larga + tronco cônica afilada.
Chanfro simples na margem língual.

Coroa metaloplástica:
degrau com bisel ou chanfro ( tronco cônica reta + afilada)
chanfro simples ( tronco cônica arredondada.)

Coroa total metálica:
chanfro simples com broca tronco cônica arredondada.


RESUMO DOS DESGASTES DOS PREPAROS:

COROA METALOPLÁSTICA DE DENTES ANTERIORES:
1 mm palatina.
1,5 mm vestibular.
2 mm incisal.
1,2 mm lingual.
2 mm oclusal.

DESGASTES DENTES POSTERIORES:
Coroa metalocerâmica:

Oclusal:
Desgaste nas cúspides de corte: 2,0 mm.
Desgaste nas cúspides de suporte: 1,5 mm.
Axial:
Desgaste vestibular: 1,5  mm.
Desgaste lingual/palatino: 1,2 mm a 1,5 mm.
Linha de término:
chanfro largo com bisel.
Broca tronco cônica mais larga + tronco cônica afilada.
Chanfro simples na margem língual.

Coroa metaloplástica: 
Oclusal:

Desgaste nas cúspides de corte: 1,5 mm.
Desgaste nas cúspides de suporte: 1 mm.
Axial:
Desgaste vestibular: 1,5 mm.
Desgaste lingual/palatino: 1 mm.
Linha de término:
degrau com bisel ou chanfro ( tronco cônica reta + afilada)
chanfro simples ( tronco cônica arredondada.)

Coroa total metálica:
Oclusal:

Desgaste nas cúspides de corte: 1,5 mm.
Desgaste nas cúspides de suporte: 1 mm.
Axial:
Desgaste vestibular: 1mm
Desgaste lingual/palatino: 1mm
Linha de término:
chanfro simples com broca tronco cônica arredondada.

Fonte: Caderno e "Fundamentos de prótese fixa - Shillinburg.

12 comentários:

  1. O desenho bonito hein !!!

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  2. o desgaste nas cúspides de suporte Vips é sempre o maior pois deverá receber mais material restaurador, me parece que no texto acima está ao contrário.

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  3. Tá igual ao livro princípios do preparo dos dentes pág 105. Vcs estão me confundindo pq ele errou??

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  4. Cúspides de suporte o desgaste é maior, está precisando dá uma arrumada no texto.

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  5. As paredes internas deve convergir para oclusal formando um cone com a base para cervical e o apice para oclusal, mais um achado erroneo...

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  6. Coroa total metálica linha de terminação lamina de faca utilizando a broca tronco conica de ponta afilada face oclusal funcional 1,5mm e anatomica 1,0mm... Perdia a credibilidade com esse resumo!

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. então... sim... a terminção para coroa total metálica é a lamina de faca, sendo a broca utilizada a tronco cônica de ponta afilada.
      Quando diz que face anatomica o desgaste é de 1,0mm e a funcional 1,5 mm acaba se equivocando... na verdade, a face anatomica está inclusa na funcional. a funcional, nada mais é do que a face anatomica mais a vertente externa da cuspide de suporte. logo o desgaste na verdade tem que ser considerado como cúspide de corte e suporte, onde a cúspide de suporte, suporta as fortças, tendo o desgaste maior.

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  7. Vou nem perder o tempo estudando pelo resumo errado.

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  8. Adoro o resumo de vc mais este está um pouco fora do contexto legal que o pessoal está atento

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